Brinquedos Para cada idade do cachorro

Uma dúvida comum é qual o melhor brinquedo para o cachorro.

Existem diversas formas de classificar os brinquedos para os nossos peludos. Pode ser pelos benefícios que propiciam como auxiliares na mudança de comportamento, pelo tamanho da raça, pelo nível de energia, pelo ambiente em que o animal vive, etc.

Hoje vamos abordar o conceito de desenvolvimento emocional dos nossos queridos amigos e, assim, além de sugerir brinquedos, explicaremos um pouquinho do que acontece com os cães durante o seu amadurecimento.

Existem outros aspectos a serem considerados na escolha do brinquedo específico para o seu cão, como o tamanho do bicho para não oferecer um brinquedo grande ou pequeno demais. Pense também na força da mandíbula da pequena criatura e no seu poder de destruição. “Crãocodilos” precisam de materiais mais resistentes, enquanto que os mais “contidos” vão preferir brinquedos mais fofinhos. Então, dê uma olhada nas nossas sugestões e faça uma escolha adaptada para os gostos e potenciais do seu amigão.

Brinquedos por idade
1ª FASE: nascimento até 7ª semana de vida
A primeira fase da vida de um cachorrinho vai do dia em que ele nasceu até a 7a semana de vida. Durante este período o filhote tem muito mais a aprender com os irmãos e com os pais do que propriamente com os humanos. Claro que a forma como o criador cuida do filhotinho vai ter alguma influência na maneira dele perceber o mundo, mas esta é a fase mais importante para conviver com sua família canina e o filhote não deveria ser transferido para a nova casa antes de completar 49 dias de vida.

Nos primeiros 10 dias do filhote na nova casa ele não precisa de nada mais que amor, paciência, companhia. O mais importante não é ensinar nada a ele, não é fazer xixi e cocô no lugar certo, não é aprender a dormir sozinho, nem mesmo o próprio nome. O mais importante é dar tempo para ele se adaptar à família humana, com a qual ele estabelecerá laços de confiança e respeito.

Brincar com você é o mais importante. Comer bem, dormir bem, ser acariciado e ter a sua companhia o máximo possível. Depois disso, aí sim, vamos pensar em ensiná-lo a viver de acordo com as regras da casa. Não precisa pressa. Um cachorro seguro e que se ligou ao seu dono e a sua nova família vai ter muito interesse em aprender tudo o que a gente ensinar e vai querer nos agradar para sempre.

Mas não tem nada que você possa dar a ele?

Tem sim, alguns brinquedinhos ajudam a dar conforto e segurança e também estimulam os sentidos e a coordenação motora.

2ª FASE: entre 7 e 12 semanas de vida
Atenção que este é um período muito importante para o seu filhote: nesta fase grandes mudanças estão acontecendo na cabecinha do cachorrinho e é quando ele se interessa pelo mundo que vai além da família canina a qual estava acostumado. É uma fase muito rica, mas também cheia de desafios e alguns riscos. É a hora de ampliar as boas experiências, socializar seu filhote e incentivá-lo a ser independente, seguro e amigável. O problema é que neste período as experiências ruins ou assustadoras podem se tornar traumas permanentes.

Primeira Fase do Medo (entre 7 e 11 semanas de vida)

Da mesma forma que existe uma fase ideal para expor o filhote, existe também uma janela que se sobrepõe à fase de socialização, onde experiências negativas e muito fortes podem causar traumas e, consequentemente, um comportamento inadequado para o resto da vida do seu cachorro.

Por exemplo: um filhote que venha a ter um machucado grave ou dor muito forte nesta fase pode ficar com medo de ser manipulado, ou até mesmo ser pego no colo, mesmo depois da dor já ter passado. Se o filhote for atacado por um outro cachorro, provavelmente ele sentirá medo de outros cães (às vezes de todos os cães, ou só os da mesma cor, ou do mesmo porte, ou sexo do cachorro que o atacou). Se no primeiro passeio de carro ele está muito enjoado e passa muito mal, ele pode ficar com medo de entrar no carro para sempre.

Nem sempre a associação é tão direta. Por exemplo se uma criança está chorando e uma pessoa vem correndo e pisoteia o filhote que está no caminho, ele pode passar a ter horror do som de criança chorando. Se cair uma tábua de passar em cima dele enquanto ele estava fazendo xixi no jornal, na área de serviço, pode ser que ele nunca mais vá até esta área. Se ele é transportado de avião, no compartimento de carga, ele pode desenvolver um comportamento fóbico de barulhos altos e que pareçam com o ronco do motor.

O que eu devo e não devo fazer enquanto espero a primeira fase do medo passar?

Existem coisas que ajudam muito a superar a a fase do medo sem maiores traumas, e existem outras pequenas coisinhas que acabam atrapalhando e muito! Para deixar as coisas ainda mais difíceis, as atitudes que agravam o comportamento medroso nos cães são justamente aquelas que nós tomamos quase que por instinto.

Por exemplo, ao tentarmos acalmar ou consolar um filhote que demonstra medo nós acabamos reforçando o comportamento indesejado como se ele fosse um comportamento positivo. Ou seja, se um filhote está todo trêmulo porque se assustou com o barulho de um raio caindo, nosso primeiro pensamento é pegar o filhote no colo, acariciá-lo e dizer palavras acalentadoras, do tipo”não tenha medo, querido, é apenas um trovão”, ou “eu estou aqui e nada vai acontecer, não tenha medo”. Nossa intenção é tentar manter o filhote calmo e confortá-lo para que ele não sinta mais medo, mas na cabeça do filhote, a mensagem que chega é totalmente outra.

Para o peludinho o resultado deste carinho e cuidado é exatamente o oposto do desejado. Para ele, ao receber carinho e atenção enquanto demonstra medo e tremores fará com que ele se sinta recompensado e apreciado justamente por ter medo. É como se nos ouvidos do filhote as nossas palavras chegassem assim: “isso mesmo meu bebê, fique trêmulo, tenha medo, que eu estou aqui achando isso muito bom”, ou “enquanto você estiver nervoso e dom medo, eu ficarei fazendo carinho e lhe dando atenção, isso não é bom?”.

Tentando acalmar o filhote nós estamos só piorando as coisas. O ideal em uma situação de medo “irreal” como é o barulho de um trovão (afinal, o filhote não está realmente correndo risco de vida só por causa de um barulhão), é você se mostrar forte e confiante para o filhote e se for possível incentivar o pequeno a ir, junto com você, caçar este animal barulhento.

É importante também evitarmos a todo custo cirurgias, a menos que se trate de uma emergência: não existe benefício em evitar traumas comportamentais que supere o risco de morte.

A preocupação em não submeter o filhote a um procedimento cirúrgico doloroso está não só em evitar que ele desenvolva pavor do veterinário, mas também para que ele não tenha que ser medicado e tratado pelo dono, justamente na época em que o pequeno precisa formar uma ligação de confiança e conforto. Imagine o bichinho na fase do medo tendo que passar por curativos, engolir pílulas ou tomar remédios de gosto ruim, se sentir mal e com dor, principalmente quando o seu querido e amado dono se aproxima.

Nunca devemos usar formas punitivas ao corrigir nossos filhotes. Corrigir significa mostrar o que é certo e não punir quando o cão faz algo errado. Infelizmente muitos donos ainda adotam métodos antigos e equivocados na hora de educar seus bichos. Se já é errado e desnecessário em toda a vida do cachorro, durante a fase do medo é importantíssimo não assustar ou agredir o pequeno com jornaladas, esfregadas de focinhos, etc.

É o mesmo princípio da cirurgia eletiva. Se o filhote mal acabou de chegar na sua casa e a sua preocupação em colocar as regras de “quem manda aqui” em jogo e educar o filhote for feito de maneira ríspida e cheia de estresse e pressão, o mais provável é que ele passe a ter uma relação ruim com você. É assim que muitos cães se tornam desconfiados e sempre na defensiva, podendo até mesmo se tornarem agressivos. E quanto a se tornar um cão educado… a probabilidade também é que ele crie uma resistência muito grande, justamente contra o comportamento que você tanto queria que ele aprendesse logo. O segredo é educar o filhote, sim, ensinar o que é esperado dele o quanto antes, mas com muita calma, paciência e delicadeza, para que o novato não ache que ele veio parar numa casa de loucos e pessoas perigosas.

Um desafio extra para quem tem filhos muito pequenos ou para quem tem adolescente em casa é evitar tombos e brincadeiras brutas. Um filhote é como um bebê. É delicado, é frágil e pode se machucar seriamente, mesmo quando achamos que estamos sendo cuidadosos os suficientes. Imagine, então, quando as brincadeiras são pra lá de descontroladas. Um machucado na pata, na coluna, um dente ou ossinho quebrado, além de perigoso, pode se tornar uma problema maior se o cachorro desenvolver agressividade contra crianças e jovens.

Período de Socialização (entre 8 e 12 semanas de vida)

Nesta idade os filhotes caninos estão mais perceptivos e mais dispostos a absorver e armazenar de forma definitiva experiências que acontecem com o mundo exterior (incluindo sons, lugares here e pessoas). Esta é a melhor época para levar seu filhote para casa.

Mas o que é a socialização? Socializar um filhote é dar a ele a oportunidade de ter acesso a tudo aquilo que será comum no seu dia a dia, e se for possível também àquelas coisas ou situações que não serão parte do dia a dia do filhote. Por exemplo: fazer com que o filhote brinque e seja acariciado por diversas pessoas (sejam elas idosas, crianças, altas, baixas, magras, gordas, que falem alto, que falem baixo, que sejam agitadas, que sejam calmas, que usem bengalas, cadeiras de rodas, ou tenham alguma necessidade especial, etc.) irá preparar o filhote para aceitar todo o tipo de gente que ele poderá encontrar eventualmente na vida, e evitará que ele tenha medo ou seja agressivo mordedor para cachorro sem motivo.

E se eu não socializar o meu cachorrinho? Alguns filhotes possuem um temperamento tão bom e equilibrado que a pouca exposição que ele recebe no mais normal dos ambientes já é suficiente para mantê-lo feliz, saudável e em harmonia com a vida e com toda a diversidade que ela apresenta. Esta turminha não é a maioria, mas é uma benção. O mais normal é o cachorro sofrer com a falta de socialização no período ideal e ter algumas dificuldades em situações específicas, como morder pessoas estranhas que entram na casa, ter medo excessivo nos dias de chuva ou de jogos de futebol, não gostar de ir passear na rua, ter medo ou ser agressivo com crianças pequenas ou outros cães.

Neste universo a vida destes cachorros passa a ser limitada e, consequentemente, a vida dos seus donos também. Do grupo que não se socializou, mas que também não virou um “sociopata”, tem aqueles que, mesmo mais tarde, se beneficiam com aulas de obediência e exposição controlada. Eles não ficam 100%, mas melhoram muito e aprendem a se controlar de forma satisfatória. É o típico cachorro que não gosta de outros cachorros, mas que também não ataca, ou não se esconde no meio das pernas do dono, implorando par ser pego no colo, a não ser que o outro peludo chegue realmente muito próximo. Existem também os cães que mesmo frequentando aulas e sendo expostos (principalmente se o cão já tiver mais de 8 meses de idade), não melhoram muita coisa.

Então, para evitar que seu filhotinho venha a sofrer pelo resto da vida por não entender ou não aceitar o que é diferente da sua casa, coloque-o em contato com o máximo de situações, desde que seguras e tranquilas.

Ah, claro! Como se não bastasse o problema da falta de vacinas, justamente no período ideal de socialização, ainda temos o “probleminha” da primeira fase do medo, então, todo cuidado é pouco, mas não devemos deixar o filhote completamente “protegido” e escondido dentro de casa.

Mas e sobre os brinquedos? O que é bom para um filhote que precisa de estímulos, é curioso, precisa conhecer coisas novas, mas não deve ser assustado com barulhos altos, ou com coisas que podem machucá-lo? Afinal, nesta fase é importante ajudar o pequeno cérebro de seu filhote fazer mais e mais conexões para se desenvolver plenamente.

Então vamos introduzir texturas diferentes, brinquedos que não fazem barulho muito alto e que possuam o nível certo de resistência para aguentar as pequenas mandíbulas mordedoras, mas que não seja duro e abrasivo com os pequenos dentes de leite.

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